quarta-feira, 17 de março de 2010

RAIZ QUE CRESCE, É O POVO QUE PLANTA!


Comunidades geraizeiras vêm recuperando seus territórios tradicionais na região do Alto Rio Pardo, Norte de Minas Gerais. Centenas de famílias expropriadas pela monocultura do eucalipto entre as décadas de 1970 e 1980 lutam pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais e pela regularização das terras para uso das comunidades.

Nascentes, terras e sonhos destruídos durante os anos de desmatamento e do plantio da monocultura do eucalipto na região renascem agora pelas mãos das comunidades de Raiz, Riachinho, Vereda Funda, e de tantas outras que lutam pelos seus direitos consuetudinários*. Renasce também nas mãos das comunidades que lutam pela implantação de Reservas Extrativistas nos municípios de Rio Pardo de Minas, Montezuma, Vargem Grande do Rio Pardo e Riacho dos Machados.

Estes moradores, conscientes de sua própria história, querem recuperar e preservar os cerrados, suas águas outrora abundantes e sua biodiversidade. Querem trazer seus filhos de volta do corte de cana, da colheita do café, do trabalho escravo e da periferia das grandes cidades.

Para que tenham seus desejos concretizados, os geraizeiros do Norte de Minas Gerais pedem sua ajuda para fortalecer esta luta. Recursos para serem investidos de forma emergencial nos acampamentos geraizeiros, nos territórios recuperados, em atividades de produção e de preservação ambiental das áreas degradadas pela monocultura do eucalipto e pelo carvoejamento.

*- Direito consuetudinário é o direito que surge dos costumes de uma certa sociedade, não passa por um processo de criação de leis como no Brasil onde o legislativo e o executivo criam leis, emendas constitucionais, medidas provisórias etc. No direito consuetudinário, as leis não precisam necessariamente estar num papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis.

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